Opinião
Data importante para a saúde da mulher
Opinião

O dia 28 de maio é conhecido como de reflexão, por se perfazer no Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher e no Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna.
A data internacional foi instituída no ano de 1984, durante o IV Encontro Internacional Mulher e Saúde, na Holanda. E o dia nacional teve origem no V Encontro Internacional Mulher e Saúde, no ano de 1987, na Costa Rica. Tem por objetivo chamar a atenção para a importância da saúde das mulheres, incluindo a redução da mortalidade materna. Infelizmente, mesmo após tanto avanço da medicina, a saúde das mulheres ainda é não tratada como deveria.
Não é possível identificar com precisão, historicamente, a partir de qual momento a mulher ficou relegada à posição de inferioridade. Há lembranças de mulheres arrastadas pelos cabelos, na era das cavernas ou Período Paleolítico, o que já dava conta das muitas adversidades pela desigualdade de gênero a se enfrentar. Há aproximadamente 1.500 a.C,, a mulher no Código de Hamurabi estava longe de receber a proteção almejada, porquanto a sua importância decorria apenas da reprodução.
Os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres dizem respeito ao direito à liberdade, à igualdade e o respeito para com a decisão, que deve ser livre de qualquer forma de discriminação, preconceito ou violência. Quanto à reprodução, é das mulheres o direito à autonomia em ter ou não filhos ou filhas, com o respectivo acesso e informação a métodos e serviços para o planejamento familiar. A saúde sexual e reprodutiva faz parte dos direitos humanos, devendo trazer políticas públicas para tal.
É preciso pensar quanto à educação sexual; direito ao uso de contraceptivos para o planejamento familiar; prevenção e tratamento de ISTs e HIV; direito das mulheres à gravidez, parto e pós-parto devidamente acompanhadas e amparadas; direito à esterilização voluntária; direito à vacina contra o HPV; bem como o direito à interrupção da gravidez em casos específicos do abortamento legal.
O dia internacional de luta pela saúde da mulher é importante para marcar os muitos enfrentamentos no cuidado com a saúde, com foco na prevenção e tratamento das inúmeras doenças, conscientizando sobre direitos sexuais e reprodutivos e a violência obstétrica.
O dia nacional de redução da mortalidade materna busca por ações para prevenir e reduzir a mortalidade materna, com as muitas complicações que podem advir durante a fase gestacional, durante o parto e após. Apesar de tanto avanço, a mortalidade de mães e bebês ainda é um enorme desafio global, onde são necessárias implementações para os serviços de qualidade.
O parto humanizado, aquele que realmente reverencia a vontade da mulher, deve garantir quanto aos desejos e escolhas delas, de modo a promover que a experiência seja segura e acolhedora.
Atualmente, com o retorno do importante programa do Governo Federal intitulado Rede Cegonha, são objetivos: reduzir a mortalidade materna e infantil; garantia de acesso das mulheres e crianças aos serviços de saúde; promover a humanização do atendimento; fortalecer a atenção primária em saúde; assegurar o direito à saúde da mulher e da criança; aumento de bancos de leite materno.
O acompanhamento integral da saúde das mulheres deve ser premissa jamais negligenciada, para a garantia do bem-estar físico, mental e social. Não há qualquer privilégio, mas, sim, direito à qualidade de vida plena para todas as mulheres. Judith Butler foi precisa: “Qualquer que seja a liberdade pela qual lutemos, deve ser uma liberdade baseada na igualdade”.
Rosana Leite Antunes de Barros é defensora pública estadual, mestra em Sociologia pela UFMT, do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso – IHGMT -, membra da Academia Mato-Grossense de Direito – AMD – Cadeira nº 29

Opinião
Será que estou sendo vítima de Abuso Emocional?

Você já sentiu a sua alma encolher? Como se cada palavra dita, cada gesto feito, fosse uma armadilha invisível pronta para te ferir? Aquela sensação de estar sempre no fio da navalha, tentando decifrar o humor alheio para evitar a próxima tempestade? Minha alma se compadece ao imaginar que, talvez, você conheça essa dor íntima.
A dor de se perguntar, em silêncio: “Será que sou eu? Será que estou enlouquecendo?” Esse sussurro angustiante costuma ser o eco de um abuso emocional. E você não está sozinha nessa sombra.
Ele não chega com a força de um furacão, mas como a névoa que lentamente encobre a paisagem. De forma quase imperceptível, começa a te despir de si mesma. Primeiro, são as “brincadeiras” sobre sua inteligência, as críticas veladas à sua aparência, a desvalorização dos seus sonhos. Depois, a teia se aperta. Você passa a ser controlada, isolada, culpada por tudo. “Você é dramática demais”, “Ninguém vai te amar como eu”, “Você me faz ter essas reações.” Frases que se tornam feridas abertas, corroendo sua confiança, sua alegria.
Sua voz interior, antes tão clara, transforma-se num mero sussurro. Cala-se, anula-se, perde-se no labirinto de quem acredita que deveria ser para ele. O amor, que deveria ser um jardim florido, vira um deserto onde sua sede nunca é saciada.
É crucial que você entenda: essa dor não é um capricho seu. Esse nó na garganta não é invenção. O que você vive tem nome — e é uma das faces mais cruéis da violência: o abuso psicológico e emocional. Ninguém, jamais, tem o direito de roubar sua paz, de calar sua voz, de te fazer duvidar da mulher forte e inteira que você é. Ninguém.
Essa realidade tem nome, e, felizmente, também tem uma lei que a reconhece e combate. A Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006) é um farol para nós, mulheres. Ela define com clareza a violência psicológica como aquela que “cause dano emocional e diminuição da autoestima ou que prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões.”
Veja bem: cada tentativa de te controlar, de te diminuir, de te fazer acreditar que você não vale nada, é uma violação do seu direito mais sagrado — o de ser você mesma, plena e livre. Se a pergunta “Será que estou sendo vítima de abuso emocional?” te persegue, é sua alma gritando por ajuda. Confie nessa voz, nessa intuição. Ela é a semente da sua verdade. Não se isole. Busque o abraço de uma amiga, a escuta de um psicólogo, ou o apoio de organizações especializadas em violência contra a mulher.
Saiba que existem mãos estendidas, corações abertos, prontos para te guiar para fora dessa névoa. Você merece um amor que regue sua alma, não que a seque. Um amor que celebre sua essência, que veja em você a beleza que o espelho, por vezes, esconde. Você merece sorrir de novo, sem medo.
É hora de desatar os nós, de reencontrar sua força, de florescer novamente. Sua paz não é negociável. Você não está sozinha. Em caso de violência, disque 180 ou procure a Delegacia da Mulher mais próxima.
Jacqueline Cândido de Souza é advogada, servidora pública e militante ativa na defesa dos direitos das mulheres e no enfrentamento da violência de gênero
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