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A consciência que atravessa a vida
Durante séculos, imaginamos a consciência como uma exclusividade humana — uma espécie de privilégio da linguagem, do pensamento simbólico e da razão. No entanto, a ciência contemporânea tem nos conduzido a uma visão mais ampla e, ao mesmo tempo, mais humilde: a consciência não começa em nós. Ela nos atravessa, mas não nos pertence.
Bactérias se comunicam entre si por sinais químicos. Fungos constroem redes subterrâneas de cooperação e troca de nutrientes, verdadeiras arquiteturas vivas de inteligência distribuída. Plantas reagem a estímulos, registram experiências e se adaptam com uma complexidade que a ciência ainda decifra. Animais, especialmente os vertebrados, manifestam dor, empatia, vínculos e estratégias — sinais inequívocos de interioridade e sensibilidade.
A consciência, portanto, não irrompe de repente com o Homo sapiens. Ela é um processo contínuo que acompanha a história da vida. Mesmo os organismos mais primitivos exibem formas de percepção e resposta que desafiam nossa ideia de superioridade. A vida, em todos os seus níveis, sente. A consciência, nesse contexto, pode ser compreendida como o grau de integração entre corpo, meio e experiência.
Aceitar essa perspectiva é também reformular nossa ética. Se a consciência não é um ponto fixo, mas um campo gradativo de experiências, então toda a vida importa. Não apenas pela sua função ecológica ou valor utilitário, mas pela sua dignidade intrínseca. Cada ser vivo, por mais simples que pareça, carrega consigo uma forma de estar no mundo — e, portanto, merece respeito.
Esse reconhecimento é o alicerce de uma ecologia profunda: aquela que enxerga a natureza não como cenário, mas como sujeito. Não como recurso, mas como rede viva de significados. O ser humano, com toda sua sofisticação cognitiva, não está acima dessa rede, mas dentro dela. Somos continuidade, não exceção.
Ao ampliarmos nossa noção de consciência, ampliamos também a possibilidade de pertencimento. A consciência é, antes de tudo, um elo. Um princípio de conexão entre o sentir da pele, o pulsar da seiva, o movimento da asa e o olhar humano. Honrar essa interligação é o primeiro passo para uma nova ética da vida — mais sensível, mais justa e mais verdadeira.
Luiz Hugo Queiroz é jornalista, especialista em Marketing Político, estudioso em Inteligência Artificial e amante da cultura, o que o leva a dirigir a maior mostra de arquitetura, arte, design, interiores e paisagismo das américas em Mato Grosso, a CASACOR
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