Judiciário
STF forma maioria para manter prisão de lobista investigado por venda de sentenças
Judiciário

Conteúdo/ODOC – A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) já conta com maioria formada para manter a prisão preventiva do lobista e empresário mato-grossense Andreson de Oliveira Gonçalves, investigado por participação em um esquema de venda de decisões judiciais e tráfico de informações processuais. O julgamento, que ocorre no plenário virtual da Corte, teve início no último dia 2 e está previsto para ser concluído na próxima segunda-feira (12).
O relator do caso, ministro Cristiano Zanin, foi o primeiro a se manifestar, rejeitando o recurso da defesa de Gonçalves, que pedia a revogação da prisão ou sua conversão em domiciliar. Os ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino acompanharam o entendimento do relator, formando maioria. Ainda restam votar os ministros Cármen Lúcia e Luiz Fux.
Preso desde 26 de novembro de 2024, Andreson Gonçalves é um dos principais alvos da Operação Sisamnes, que investiga a atuação de uma suposta rede criminosa envolvendo advogados, servidores e agentes públicos, voltada à comercialização de decisões judiciais e favorecimento em processos. Segundo o voto do ministro Zanin, há “fortes indícios” de que o empresário exercia papel central no esquema, comandando e influenciando outros envolvidos.
No recurso, a defesa argumentou que não existem fundamentos atuais para a manutenção da prisão, alegando ainda riscos à saúde e à integridade física de Gonçalves no sistema prisional de Mato Grosso. Os advogados solicitaram que a detenção fosse substituída por prisão domiciliar. O pedido, no entanto, foi rejeitado por Zanin, que destacou a ausência de novos elementos capazes de justificar a revisão da medida.
“A prisão permanece adequada diante da gravidade dos fatos apurados e do risco de reiteração criminosa. Os fundamentos que motivaram a custódia cautelar seguem válidos”, afirmou o relator em seu voto.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) também se manifestou contra o recurso, sustentando que a defesa apenas repetiu argumentos já apresentados e rechaçados anteriormente. A PGR defendeu, ainda, a transferência de Gonçalves para a Penitenciária Federal de Brasília, o que foi autorizado pelo STF no final de abril para garantir a segurança do investigado.
As investigações indicam que a atuação de Andreson Gonçalves alcançava inclusive o Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde, por meio de intermediários, teria negociado vantagens ilícitas em troca de decisões favoráveis em processos judiciais.
Embora a maioria já esteja formada, a decisão será oficializada apenas após o encerramento da sessão virtual. Até lá, os ministros remanescentes podem apresentar voto divergente ou pedir vista, o que pode adiar a conclusão do julgamento.

Judiciário
Justiça Federal determina retirada de tornozeleira eletrônica de ex-secretário alvo de operação

Conteúdo/ODOC – A Justiça Federal determinou a retirada da tornozeleira eletrônica do secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação de Mato Grosso, Nilton Borgato, réu pelos crimes de tráfico internacional de drogas e organização criminosa.
A decisão foi assinada pelo juiz Fábio Moreira Ramiro, da 12ª Vara Federal de Salvador, e publicada nesta quinta-feira (22).
Borgato estava sendo monitorado eletronicamente desde novembro de 2022, após ter sido solto.
Ele foi um dos alvos da Operação Descobrimento, deflagrada pela Polícia Federal em abril daquele ano, que investigou uma organização criminosa acusada de enviar entorpecentes para a Europa. O ex-secretário foi apontando como um dos líderes do esquema.
Na solicitação pela retirada da tornozeleira, a defesa alegou excesso de prazo da medida, comportamento colaborativo com a Justiça, o estigma social causado pelo uso do dispositivo e, principalmente, a violação ao princípio da isonomia, já que outros corréus na ação já haviam obtido o mesmo benefício.
Ao analisar o caso, o juiz considerou que Borgato cumpriu rigorosamente todas as condições impostas durante o monitoramento.
A operação
A Operação Descobrimento cumpriu 43 mandados de busca e apreensão e sete de prisão preventiva no Brasil e em Portugal. No Brasil, os mandados foram cumpridos nos estados de Mato Grosso, São Paulo, Bahia, Rondônia e Pernambuco.
Além de Borgato, que foi preso em Cuiabá, a PF cumpriu mandados de prisão contra o lobista Rowles Magalhães, que foi preso em São Paulo, e a doleira Nelma Kodama, primeira delatora da Lava Jato, que chegou a ser condenada naquela operação. Atualmente, os três estão em liberdade provisória.
As investigações começaram após a apreensão de 535 kg de cocaína em um jato executivo pertencente a uma empresa portuguesa ligada a Rowles Magalhães, em fevereiro do ano passado, em Salvador.
Conforme a PF, a partir de então foi possível identificar a estrutura da organização criminosa atuante nos dois países, composta por fornecedores de cocaína, mecânicos de aviação e auxiliares (responsáveis pela abertura da fuselagem da aeronave para acondicionar o entorpecente), transportadores (responsáveis pelo voo) e doleiros (responsáveis pela movimentação financeira do grupo).
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